A obra mergulha nas raízes do racismo no território nacional, explicando-o por meio do conceito psicanalítico de enquadre, um conjunto de marcos e normas, conscientes e inconscientes, que se relacionam à expressão de comportamentos humanos, vinculados às manifestações do racismo no Brasil. Dentre esses marcos, destacam-se o escravismo, o tratamento inferior concedido ao negro no período pós-Abolição, a legitimação ideológica da inferioridade do negro por meio de ideias eugênicas e fundamentadas no darwinismo social no período da República Velha, e a Constituição de 1988, que inaugurou o enquadre do negro como sujeito de direitos.
Além disso, a obra descreve a trajetória do Movimento Negro Brasileiro, que sempre teve a educação como bandeira de luta e foi responsável por reivindicar a equidade educacional no século XX. Também traz debates sobre os impactos psicossociais do silenciamento do racismo e da persistência do mito da democracia racial no ambiente escolar, defendendo que a escola é o lócus privilegiado de enfrentamento a esse problema social.
A obra ainda aborda a relevância da decolonialidade do saber, do ser, do poder e de gênero, além do reconhecimento das opressões interseccionadas de gênero, raça, classe e outras categorias para a efetivação de uma educação antirracista na segunda década do século XXI. Para educadores, gestores escolares e gestores públicos da área, a obra oferece orientações práticas para que a educação antirracista seja uma realidade cada vez mais presente nas escolas brasileiras.